Epidemiologia e emancipação humana: uma revisita aos princípios da justiça

Autores

Palavras-chave:

Saúde coletiva. Epistemologia. Capitalismo. Interculturalidade. Interseccionalidade.

Resumo

A epidemiologia, apesar de suas origens sócio-históricas, tornou-se hegemonicamente individual, linear, com clivagens entre os hemisférios norte e sul, entre método e teoria crítica, de onde emerge a necessidade de uma epidemiologia voltada à emancipação humana. O objetivo deste artigo é avaliar de que forma a epidemiologia contra-hegemônica tem contribuído para práticas efetivas de emancipação humana na saúde pública nos diferentes níveis de justiça. Realizou-se revisão integrativa, com busca nas bases de dados PubMed, BVS, Assia, Embase e SA e análise temática e cross-case. Diante de lentes ajustadas à epidemiologia crítica, reconstituímos os tensionamentos entre as diferentes formas de emancipações política e humana, nos níveis de justiça cognitiva, socioambiental e de saúde. O primeiro nível, cognitivo, é atravessado pela razão de mundo e pelo pensamento abissal e envolve os demais. O nível socioambiental foi ancorado no metabolismo socionatural-histórico e o de saúde, angustia-se entre o bem viver e as lutas fragmentadas pelos direitos à saúde universal, frente à espoliação do setor. No enfrentamento ao modelo de acumulação de capital, devemos valorizar a interculturalidade e a subjetividade. Evidenciou-se que a ‘Epistemologia do Sul’ remete a um pensamento descolonizador, orientando metodologias capazes de potencializar descobertas bem como desmistificar as relações sociais.

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Publicado

2023-05-15

Como Citar

1.
Schenkman S. Epidemiologia e emancipação humana: uma revisita aos princípios da justiça. Saúde debate [Internet]. 15º de maio de 2023 [citado 16º de abril de 2024];47(136 jan-mar):269-91. Disponível em: https://www.saudeemdebate.org.br/sed/article/view/7237